Quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

Quarta Semana do Advento,  Ano “B”, 4ª Semana do Saltério (Livro I), cor litúrgica roxa

 

O Senhor ergue do pó o homem fraco, e do lixo ele retira o indigente…

 

Oração do dia: Deus de misericórdia, vendo o ser humano entregue à morte, quisestes salva-lo pela vinda do vosso Filho; fazei que, ao proclamar humildemente o mistério da encarnação, entremos em comunhão com o redentor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

Leitura: I Samuel (1Sm 1, 24-28)

Ana agradece a Deus pelo nascimento de Samuel

 

Naqueles dias, [24] Ana, logo que o desmamou, levou consigo Samuel à casa do Senhor em Silo, e mais um novilho de três anos, três arrobas de farinha e um odre de vinho. O menino, porém, era ainda uma criança. [25] Depois de sacrificarem o novilho, apresentaram o menino a Eli. [26] E Ana disse-lhe: "Ouve, meu senhor, por tua vida, eu sou a mulher que esteve aqui orando ao Senhor, na tua presença. [27] Eis o menino por quem eu pedi, e o Senhor ouviu a minha súplica. [28] Portanto, eu também o ofereço ao Senhor, a fim de que só a ele sirva em todos os dias da sua vida". E adoraram o Senhor.

 

Palavra do Senhor!

 

Comentando a I Leitura

Ana dá graças pelo nascimento de Samuel

 

Está próxima a festa de Natal; o contexto da leitura é caracterizado pela profunda expressão de agradecimento e louvor a Deus. Ana e Maria, duas criaturas que têm o senso de Deus, de sua misericórdia e de sua grandeza, estão ambas na alegria porque vivem a vida como dom de Deus e participação em sua vida.

 

O agradecimento não é só um ímpeto de puríssima adoração, mas ainda uma exata avaliação das coisas; é a virtude teologal da caridade em sua expressão mais estritamente teológica. Ana acompanha o agradecimento com um dom. Tinha suplicado tanto a Deus para ter um filho; recebeu-no como um dom de Deus: “Por isso também eu o dou em troca ao Senhor”, e para sempre. Santa clara, sentindo que estava para morrer, dirigiu a Deus sua ultima prece, e ouviram-na murmurar: “Senhor, agradeço-te por me teres criado”. É o grito de uma alma que sabe o valor da gratidão.

 

Salmo Responsorial: 1Sm 2, 1.4-5.6-7.8abcd

MEU CORAÇÃO EXULTOU NO MEU SENHOR, SALVADOR

 

[1] Exulta no Senhor meu coração, e se eleva a minha fronte no meu Deus. Minha boca desafia os meus rivais porque me alegro com a vossa salvação.

 

[4] O arco dos fortes foi dobrado, foi quebrado, mas os fracos se vestiram de vigor. [5] Os saciados se empregaram por um pão, mas os pobres e os famintos se fartaram. Muitas vezes deu à luz a que era estéril, mas a mãe de muitos filhos definhou.

 

[6] É o Senhor quem dá a morte e dá a vida, faz descer à sepultura e faz voltar; [7] é o Senhor quem faz o pobre e faz o rico, é o Senhor quem nos humilha e nos exalta.

 

[8ª] O Senhor ergue do pó o homem fraco, [8b] e do lixo ele retira o indigente, [8c] para fazê-los assentar-se com os nobres [8d] num lugar de muita honra e distinção.

 

Evangelho: Lucas (Lc 1, 46-56)

MARIA GLORIFICA AO SENHOR, NO "MAGNIFICAT"

 

Naquele tempo, [46] Maria disse: "A minha alma engrandece o Senhor, [47] e o meu espírito se alegra em Deus, meu salvador, [48] porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, [49] porque o todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor.

O seu nome é santo, [50] e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem.

 

[51] Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. [52] Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. [53] Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. [54] Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, [55] conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre". [56] Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa."

 

Palavra da Salvação

 

Comentário o Evangelho

A ESPIRITUALIDADE DE MARIA

 

O louvor brotado dos lábios de Maria respondendo à exultação de sua prima Isabel, revela o centro de sua espiritualidade, sintonizada com a fé do povo de Israel. A piedade refletida no Magnificat é a de uma judia fiel à mais pura tradição religiosa de seu povo.

 

Reconhecendo-se humilde servidora, ela comunga com os pobres de todos os tempos, cuja confiança estava depositada integralmente em Deus. Ela partilha, também, da bem-aventurança da pobreza proclamada por Jesus, na condição de serva de Javé.

 

Sua espiritualidade estava em consonância com a dos antigos profetas, em luta intransigente pela causa da justiça e pela transformação das relações interpessoais. Maria acreditava em Deus que não pactua com a injustiça, e está sempre pronto a arrancar de seus tronos, erguidos às custas do suor alheio, os ricos prepotentes. Pelo contrário, coloca-se ao lado dos pobres, tomando as dores dos perseguidos e injustiçados, e reerguendo-os de sua humilhação.

 

Sobretudo, Maria sabia-se toda entregue ao Deus-misericórdia, sempre pronto a realizar grandes coisas em favor de seus fiéis, de acordo com as suas promessas. Embora se sucedam as gerações, o amor de Deus permanece inalterado. Têm ainda plena vigência as promessas feitas aos patriarcas, pois sua palavra divina é imutável para sempre. Tudo isto era motivo de alegria para a mãe do Filho de Deus..

 

SANTA FRANCISCA XAVIER CABRINI

 

Santa Francisca foi sumamente provada pela miséria e muitas desgraças. Quis ser freira mas não a aceitaram por acharem que possuía constituição frágil e saúde precária. Aos 30 anos de idade foi se aconselhar com o bispo, que lhe disse: "Filha, se queres mesmo ser freira, funda um instituo missionário!"

 

E realmente foi o que fez. Fundou o Instituto das Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, sob a ajuda do grande missionário São Francisco Xavier, cujo nome acrescentou ao seu, pela grande gratidão. Em 30 anos, Francisca fundou 67 casas na Itália, França, nas Américas, incluindo o Brasil para atender os emigrantes que vinham da Itália fugiNdo da guerra.

 

Cerca de 30 vezes atravessou o oceano com o único interesse de ajudar os emigrantes. A fraca jovem tornou-se uma mulher forte que se impôs às maiores autoridades políticas e comerciais, visando sempre a melhoria de vidas dos emigrados.